– Plano de Mobilidade Urbana da Prefeitura e Fetranspor é apresentado em audiência pública
A Comissão Permanente de Transportes da Câmara Municipal realizou nesta quarta-feira, 4 de dezembro, uma audiência pública para discutir a situação do transporte coletivo em Teresópolis. Um plano de mobilidade urbana apresentado pela representante da Fetranspor chamou atenção de todos, visto que, além de solucionar o problema do transporte de passageiros, pode também auxiliar na trafegabilidade de automóveis de passeio, já que apresenta soluções para o trânsito local. Os vereadores se posicionaram contrários a qualquer reajuste nos valores praticados atualmente.
A reunião foi presidida pelo vereador Dedê da Barra (MDB) que também preside a Comissão de Transportes, e contou com a participação dos vereadores Leonardo Vasconcellos (MDB), Pedro Gil (PP), Tenente Jaime Medeiros (PTB), Dudu do Resgate (PSDC), Ronny Carreiro (PHS), Luciano Santos (Republicanos) e Maurício Lopes (PHS). Participaram também, representando a Prefeitura, os secretários municipais Marco Antônio da Luz (Segurança Pública), Lucas Guimarães (Administração) e Fabiano Latinni (Fazenda).
A Federação das Empresas de Transporte Urbano do Estado do Rio – Fetranspor – foi representada por sua diretora urbana, Richele Cabral. Líderes comunitários e membros de entidades representativas e de classes também fizeram parte do debate, que teve a assistência completamente lotada, inclusive com a participação de profissionais como motoristas de ônibus e cobradores. Nenhum representante das empresas de ônibus participou da audiência.
VEREADORES NÃO AUMENTAM PASSAGENS
Na abertura dos trabalhos o vereador Dedê da Barra lembrou que os vereadores não têm qualquer responsabilidade sobre reajustes em tarifas de ônibus, atribuição que cabe ao chefe do Executivo através de Decreto. Porém, lembrou também que a função da audiência é exatamente debater a situação quando existe um pedido para tal reajuste.
A reunião começou com a leitura de relatório da Comissão de Transportes que destacou pesquisa de campo realizada pela Casa e que comprovou a insatisfação da população sobre o serviço prestado e com os valores de tarifa praticados, especialmente levando em consideração os pequenos percursos de deslocamento entre os bairros. Outros pontos que geram insatisfação são o preço diferenciado em diferentes trajetos, a falta de abrigo nos pontos, a falta de ar condicionado, e a necessidade de aumento de coletivos nos horários de pico. O documento mostrou que a Comissão é contrária ao reajuste, mas favorável a integração via bilhete eletrônico, conforme previsto pela Lei Municipal 3749/2019.
PLANO DE MOBILIDADE
A representante da Fetranspor, Richele Cabral, foi convidada a expor os estudos realizados pela Federação. Segundo ela, esse trabalho acontece há dois anos, com pesquisas de campo para ter conhecimento da situação, sendo montada uma rede de transporte e apresentadas as primeiras propostas com soluções viárias e de transito. Um ano depois as propostas foram enviadas para a Prefeitura e agora, em 2019, vieram as vistorias de campo. O plano está previsto para ser colocado em prática já em janeiro de 2020. O objetivo seria aumentar e qualificar a mobilidade, melhorar o trânsito, aumentar oferta de ônibus nos bairros e diminuir o tempo de espera nos pontos.
Segundo os números apresentados pela Fetranspor, Teresópolis hoje tem 80 linhas urbanas onde circulam hoje cerca de 100 ônibus e em torno de 66 mil passageiros por dia. Todas essas linhas passam pela Reta, que é um grande gargalo. Richele revelou que o conceito básico do projeto é criar pontos de integração, com linhas alimentadoras e linhas troncais passando pelo centro. Essas alimentadoras teriam percursos mais curtos, possibilitando assim mais horários e mais viagens, mais ofertas nos bairros.
O levantamento de dados, através de softwares de simulação baseados em contagem volumétrica, pesquisas e estudos das linhas, chegou à conclusão que são necessários hoje sete pontos de integração mais a Rodoviária.
Essa integração seria em bairros e localidades como Pessegueiros, no 2º Distrito; Imbiú e Vargem Grande, no 3º Distrito; Fonte Santa/Prata, Barra do Imbuí, Meudon, Alto (São Pedro) e Rodoviária. Nas simulações, o impacto sobre a mobilidade seria imediato e eficiente.
GOVERNO ACREDITA NO PLANO
Após a explanação, falaram os representantes da Prefeitura. O secretário Lucas Guimarães garantiu que o tema é tratado com cuidado pelo Governo e que precisa ser enfrentado com as readequações. Um ponto negativo é que Teresópolis, desde que Vinícius Claussen assumiu a Prefeitura, não tinha qualquer plano de mobilidade urbana.
O secretário Marco da Luz também destacou o plano de mobilidade, que na sua opinião, tem todos os requisitos para dar certo e produzir benefícios para a população. Dentre as novidades que estão por vir na gestão, visando a solução para os problemas de mobilidade, estão a instalação de novos semáforos, a mudança de pontos, o fechamento de cruzamentos, a mudança de mão em algumas vias, a sinalização com tinta viária, tudo implantado gradualmente para diminuir o impacto.
Após as falas dos representantes da Prefeitura, membros da Câmara Técnica de Teresópolis também fizeram explanação sobre a situação atual das linhas de ônibus que atendem hoje a população.
Na abertura da audiência para perguntas, o que se viu foram, na verdade, opiniões sobre o tema, como a sugestão para construção de uma rodoviária exclusiva para atender ônibus e passageiros interestaduais; A necessidade de maior atenção para a conservação das estradas vicinais, o que beneficiaria ainda mais o transporte da produção agrícola. Houve também questionamento sobre aumentos no valor das passagens e pedidos para que audiências como essa contemplem também a população do interior.
VEREADORES
Ao comentar as informações colhidas na reunião, o vereador Leonardo Vasconcellos lembrou que a prática de Integração no transporte público já é Lei em Teresópolis, regulamentada pelo Decreto 2017/2018, onde o reajuste autorizado na tarifa estava diretamente condicionado à implantação da integração.
Já Maurício Lopes apontou a audiência como ‘confusa’ e lamentou a ausência dos representantes das empresas e de membros do Ministério Público. Ele sugeriu a convocação dessas pessoas para a próxima audiência, que deverá acontecer no próximo dia 13 de dezembro.